terça-feira, 19 de julho de 2016

Ilustração na beira do córrego Cheflera

   Na região norte de BH nasce o córrego Cheflera. O nome estranho deve-se a uma planta asiática muito utilizada em jardinagem:


   O regato é afluente do córrego Vilarinho, que deságua no ribeirão do onça, e que por sua vez encontra o Rio das Velhas. Todos eles terrivelmente poluídos na grande BH. O pobre córrego Cheflera, no bairro Etelvina Carneiro,  e personagem desta publicação, até matem em alguns redutos uma certa beleza, triste e mórbida, mas como muitos outros em nossa cidade, está iminentemente condenado.


Fotos do córrego Cheflera no Etelvina Carneiro




   Ao percorrer suas margens, vemos uma grande quantidade de canos de esgoto caindo diretamente das casas ribeirinhas. No barranco que escolhi para fazer minha ilustração, por exemplo, compartilhei o espaço com um cano despejando dejeções o tempo todo. A água do regato, translúcida em alguns pontos, não deixa enganar quanto ao desagradável odor.

Barranco selecionado para interferência

      Utilizei como tema alguns dos peixes cada vez mais raros da bacia do Rio das velhas, pintando-os num barranco de argila e areia com tinta biodegradável. Ao ser questionado por alguns transeuntes acerca da escolha de um espaço tão frágil e inconsistente para fazer o trabalho, disse apenas que, tanto o desenho quanto o ribeirão estão fadados a um fim inevitável.

Ilustração no barranco



Pintura em acrílico sobre barranco, por Wederson
  

   Provavelmente, daqui há alguns anos, o que restar do córrego se transformará em mais uma avenida sanitária. Pois o mundo precisa cada vez mais de avenidas,  e menos rios...


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